Marcada para terça (15/8) e quarta-feira (16/8), a Marcha das Margaridas desembarca em Brasília sob os temas de reconstrução do Brasil e bem viver, em um esforço coletivo de pedir mais diálogo para temáticas que envolvem os trabalhadores rurais.
A marcha, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), tem o apoio de outras entidades sindicais, receberá camponesas, quilombolas, indígenas, cirandeiras, quebradeiras de coco, pescadoras, marisqueiras, ribeirinhas e extrativistas de todo o Brasil. Apesar de ter presença masculina, a marcha coloca na linha de frente, sobretudo, os direitos das mulheres defendidos pelas mesmas — são esperadas 100 mil mulheres no local.
Organizada a cada quatro anos desde o ano 2000, a Marcha das Margaridas homenageia, no nome, a trabalhadora rural e líder sindical paraibana Margarida Maria Alves, assassinada em 1983. Margarida é um dos maiores símbolos da luta das mulheres por reconhecimento social e político, igualdade e melhores condições de trabalho e de vida no campo e na floresta.
Para o presidente da Contag, Aristides Veras dos Santos, a marcha é das mulheres, mas a luta por direitos e igualdade envolve a todos, no combate ao machismo e aos preconceitos. “Nós, os homens, temos que acabar com essa pecha de superioridade, que de superioridade nós não temos nada”, disse.
"Nós temos que entender que esse mundo é pela igualdade, esse mundo é de respeito e o respeito tem que ser tratado com muita força. A marcha traz todo esse processo. Nós não fazemos uma marcha apenas para reivindicar, mas também para mudar a alma e o coração das pessoas e seus comportamentos. O Brasil precisa enfrentar esse debate, nós vivemos em uma sociedade dividida, uma sociedade muito violenta", frisou Santos.